top of page

Dalton Trevisan | Miss Bundinha de Curitiba


<!– /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"MS 明朝"; mso-font-charset:78; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1791491579 18 0 131231 0;} @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-536870145 1107305727 0 0 415 0;} @font-face {font-family:Cambria; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1073741899 0 0 159 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Cambria; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"MS 明朝"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman";} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-family:Cambria; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"MS 明朝"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin;} .MsoPapDefault {mso-style-type:export-only;} @page WordSection1 {size:595.0pt 842.0pt; margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.WordSection1 {page:WordSection1;}






Dalton Trevisan tem 87 anos e, desde a estreia, em 1945, com Sonata ao Luar, tem pavor de aparecer em público. Alcunhado de Vampiro de Curitiba (cidade natal e cenário de todos os livros), D. Trevis, quase nunca fotografado (exemplo raro, a fotografia em cima reproduzida), rejeita a fama e cumpre inflexível autorreclusão. Talvez só assim se justifique o facto de este extraordinário escritor brasileiro (quase só contista) ser tão pouco conhecido em Portugal. Ou, nem isso, já que, em 2012, Trevisan foi distinguido com o Prémio Camões e com o Prémio de carreira Machado de Assis, atribuído pela Academia Brasileira de Letras. Em 1984, a Relógio d’Água publicara Cemitério de Elefantes e ficara-se por aí Trevisan disponível por cá. Agora, a mesma editora publica a obra completa, começando pelo seu único romance, A Polaquinha (1985), pelo livro de contos mais aclamado, O Vampiro de Curitiba (1965; com a fantástica personagem Nelsinho, obcecado por sexo e sacrifício das mulheres) e pela antologia Novelas Nada Exemplares (publicado em 1958, com produção contista dos anos 40 e 50), o livro de estreia reconhecido pelo escritor.


Aconselho que leia Trevisan com largas horas disponíveis pela frente. Porque é impossível parar. Inicie-se com A Polaquinha, um tratado sobre como escrever bem sobre sexo (até o mais explícito), com o melhor do estilo do autor: a frase sintética, objetiva e enumerativa, sempre justa e criativa; a suprema arte do diálogo; a metáfora ou os lugares-comuns tornados originais; a economia extrema do conjunto, com precisão iluminada; a psicologia entranhada no quotidiano. Aqui, o erotismo é antológico, habitado, na vibração da primeira pessoa, pela atrevida pureza de alma de Polaquinha, Miss Bundinha de Curitiba, passando dos braços de um médico, um engenheiro, um advogado e um motorista de ónibus para a cama de um bordel. Trevisan é uma surpresa só, ao mesmo tempo, delícia e melancolia, um susto de talento. Não deixe de o ler.

A Polaquinha, Dalton Trevisan, Relógio D’Água, 152 págs., 14 euros.

SOL / 01-02-2013 © Filipa Melo (interdita reprodução integral sem autorização prévia)

1 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
FM_2_%C3%82%C2%A9_Joa%C3%8C%C2%83o_Franc
bottom of page