top of page

António Jorge Gonçalves | Bem dita crise!


<!– /* Font Definitions */ @font-face {font-family:"MS 明朝"; mso-font-charset:78; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;} @font-face {font-family:"Cambria Math"; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;} @font-face {font-family:Cambria; panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:-1610611985 1073741899 0 0 159 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-unhide:no; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:Cambria; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"MS 明朝"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman";} .MsoChpDefault {mso-style-type:export-only; mso-default-props:yes; font-family:Cambria; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"MS 明朝"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin;} .MsoPapDefault {mso-style-type:export-only;} @page WordSection1 {size:595.0pt 842.0pt; margin:72.0pt 90.0pt 72.0pt 90.0pt; mso-header-margin:35.4pt; mso-footer-margin:35.4pt; mso-paper-source:0;} div.WordSection1 {page:WordSection1;}


Da obra humorística de Rafael Bordalo Pinheiro (recordem a caricatura «A Política: a Grande Porca») aos cartoonsanti-islâmicos que incendeiam o equilíbrio entre o Ocidente e o mundo muçulmano. Desde sempre, o cartoon político serve uma alegoria incómoda, a revelação de uma verdade subterrânea e de uma essência da atualidade, paradoxalmente, apresentadas através de um retrato distorcido ou exagerado. Lá nas suas origens, o cartoon político, como a caricatura, traduz o «tipo ideal de deformidade», o grotesco que, segundo Leonardo da Vinci, dá acesso ao conceito ideal de beleza. Imagem num espelho quebrado, esta sátira gráfica de comentário social e artístico alimenta-se da ruptura e do desequilíbrio. Por isso, não podia ser mais bem escolhido o título da recém-editada seleção de trabalhos de um dos nossos melhores cartoonistas editoriais: António Jorge Gonçalves.

Bem dita crise! reúne 58 cartoons de nove anos de colaboração com o suplemento de humor Inimigo Público. Resume o lado mais ou menos irrespirável do ar do tempo que temos vivido desde 2003, na política nacional e internacional. A acompanhar cada cartoon, há curtas frases de reflexão, uma espécie de livro de estilo do que faz e como o faz este «treinador de bancada da imprensa portuguesa» que é, antes de mais, um excecional «desenhador de ficção» – da BD (na série Filipe Seems, no álbum Ana ou nas novelas gráficas A Arte Suprema e Rei) à cenografia para teatro e ópera ou às performances de desenho digital ao vivo. Gonçalves possui as qualidades que, segundo o histórico desenhador de imprensa americano Jules Feiffer, se exigem a um grande cartoonista: inteligência e sensibilidade, sim, em doses de destaque, mas, sobretudo, uma vontade perniciosa. A sua virulenta indignação honesta faz rir e faz pensar e faz-nos concluir que nenhum contrapoder jamais poderá prescindir da imaginação.

Bem dita crise!, António Jorge Gonçalves, Documenta, 128 págs., 18 euros

SOL/ 05-10-2012 © Filipa Melo (interdita reprodução integral sem autorização prévia)

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
FM_2_%C3%82%C2%A9_Joa%C3%8C%C2%83o_Franc
bottom of page